A Leitura na Primeira Infância
A primeira infância é a fase ideal para que se formem os bons hábitos nas crianças, e nada melhor do que aproveitar esta fase para iniciar um dos mais importantes hábitos: a leitura.
Integrar o bebê em uma rotina de leitura fará com que ele desperte o gosto e o desejo pelos livros, pelas histórias, pelo conhecimento. Os pais possuem papel fundamental nessa iniciação literária e devem nutrir constantemente a prática da contação de histórias. Inicialmente o bebê pouco entenderá sobre as tramas da história, muitas vezes sequer irá prestar atenção ao que está sendo lido, mas isso é o menos importante no início deste processo. O principal é criar um momento lúdico, de afeto familiar, que posteriormente facilitará o acesso da criança ao mundo literário.
Desta forma, conforme o crescimento da criança, o gosto pela leitura se acentuará, e as suas habilidades criativas e cognitivas serão desenvolvidas de maneira suave, ajudando também em suas aptidões emocionais.
Quando devo começar a ler para o meu filho?
Não há limites para se ler para uma criança. Antes mesmo do nascimento, enquanto ela está no útero da mãe, já se recomenda que a mãe e o pai tenham “conversas” com o bebê. E por que não utilizar este momento para ler um livro? Ouvir uma boa música?
A leitura para o bebê recém-nascido pode ser realizada desde os primeiros dias. Esse será um momento de fortalecimento do vínculo entre a mãe e o bebê. Servirá para que a criança escute e se fixe nos sons da fala da mãe, fortalecendo os laços de afeto.
Ainda nos primeiros meses de vida o bebê pouco entenderá da complexidade das histórias, mesmo as mais simples, porém os estímulos advindos dessa atividade irão favorecer o desenvolvimento do pequenino. É um momento em que o mundo exterior é apresentado através das variações de timbre de voz na leitura, das imagens dos livros, dos movimentos de mudar as páginas.
Quando a criança passa para a fase na qual ela já consegue segurar os objetos, entre 1 e 2 anos de idade, já podemos introduzir livros infantis produzidos com tecido ou plástico, que são mais resistentes e no geral possuem um bom apelo visual e tátil para estimular as funções sensoriais.
A leitura, realizada em um ambiente tranquilo e propício, intensifica o crescimento de partes importantes do cérebro do bebê. Quanto mais precoce for realizado o estímulo da leitura, maiores serão as chances de que a criança se torne um leitor voraz. Paralelemente aumentam também as atividades cerebrais em zonas que suportam o processo semântico, ou seja, os locais do cérebro responsáveis pela atribuição de significado a frases e palavras.
A importância da leitura na primeira infância, ou talvez, desde a barriga
Nós humanos, seres pensantes, somos apaixonados por histórias. Desde as grandes civilizações, ou antes mesmo da invenção da escrita, já desenvolvíamos diferentes formas de contar e registrar os grandes feitos de nossos heróis, as emoções e os mitos das batalhas.
É através das histórias que nós, seres humanos, nos expressamos, aprendemos, repassamos o conhecimento e nos conectamos com nossos semelhantes. No universo infantil a prática da contação de histórias, tendo a leitura como meio, insere o bebê nesta seara humana, na qual ele também passa a ser parte da história.
Por fim, e correndo o risco de sermos repetitivos, há de ser citada a importância do estabelecimento dos bons hábitos para a criança. É a manutenção destas rotinas que favorecem também o surgimento de novos hábitos no desenvolvimento infantil, o que permitirá ao futuro adulto uma vida de virtudes.
Qual é o objetivo da leitura na primeira infância?
Os objetivos da leitura para as crianças de até 6 anos de idade podem ser divididos de acordo com a faixa etária da criança, e indiretamente pelo grau de desenvolvimento dela.
Desta forma podemos estabelecer dois grupos principais, sendo a fase pré-escolar (de 0 aos 4 anos de idade) e a fase escolar (dos 4 aos 6 anos de idade).
Objetivos da leitura na infância: fase pré-escolar
Nesta fase a criança já pode identificar algumas letras, em especial do seu nome, mas ainda não possui a habilidade da leitura, o que faz com que ela goste muito mais do momento em si que a leitura representa (aconchego e afetividade dos pais) do que efetivamente a história. Ela costuma admirar as gravuras e gosta de manusear os livros.
Portanto os objetivos desta fase são mais emotivos do que pedagógicos, por exemplo:
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Incutir na criança o gosto pela atividade da leitura;
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Utilizar a atividade literária como fortalecimento dos laços afetivos com a família;
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Desenvolver habilidades iniciais de comunicação e vocabulário;
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Aguçar o pensamento lógico através das histórias;
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Desenvolver a capacidade de concentração;
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Expor a criança a diferentes situações emocionais;
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Motivar a criança a participar de atividades com outras pessoas (seus pais).
Objetivos da leitura na infância: fase escolar
Ao entrar na fase de alfabetização a criança começa a ampliar os seus desejos de leitura e conhecimento, e devemos aproveitar essa busca natural para ampliar algumas habilidades pedagógicas.
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Ampliar o vocabulário: a criança está em uma fase em que a assimilação do conhecimento é ampla, o que favorece a compreensão de novas palavras, de sua grafia e seu significado. Por fim a ampliação do vocabulário acaba por enriquecer a habilidade de escrita da criança;
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Fomentar a criatividade: uma característica inerente aos livros é que muitas vezes eles não possuem sua arte gráfica completa, o que faz com que a imaginação seja ativada para que possamos compreender melhor a história;
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Favorecer a interpretação de textos: o costume da leitura, e o histórico de conhecimento literário acumulado, auxiliam na criação de nosso senso crítico, o que por fim serve de ferramenta facilitadora para a interpretação dos textos com os quais nos deparamos;
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Expandir o conhecimento: os livros, muito mais do que simples histórias, podem nos ajudar na aquisição de novos conhecimentos, novos conceitos e novas visões de mundo. Esse aprendizado será útil em toda nossa vida estudantil, profissional e pessoal.
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Fortalecimento da consciência: através dos livros temos acesso a uma diversidade de culturas, credos e vivências, o que nos ajudará a compreender melhor as diferenças e favorecerá uma atitude empática perante os outros.
Que livro ler para um bebê?
Considerando a faixa de idade entre o nascimento e os dois anos de idade, podemos oferecer ao bebê diferentes propostas de livros, que serão mais adequadas para a fase pela qual eles passarão.
Nos primeiros meses de vida, e até aproximadamente um ano de idade, aconselha-se a utilização de livros com elevado contraste de preto e branco, isto porque a visão dos bebês ainda é limitada e precisa ser estimulada para melhor se desenvolver. No que se refere ao material com o qual o livro é confeccionado o mais adequado são os de pano, que inicialmente são vistos como um brinquedo pela criança, mas irão servir de objetos de transição para os livros de papel. A leitura de histórias para os bebês deve focar na entonação das palavras, e as ilustrações têm de ser exploradas ao máximo.
Ao completar dois anos de idade a criança passa a demonstrar mais fortemente suas reações aos estímulos passados pelos livros. Nesta fase a participação do adulto passa a ser mais importante, pois é a intermediação realizada entre o livro e a criança que favorecerá o entendimento da fantasia, do drama, do humor e de todas as emoções presentes na história. O ritmo como as palavras são lidas e a forma como as ilustrações são apresentadas impactam na memória afetiva de quem está ouvindo a leitura.
Assim como todas as demais habilidades que o bebê desenvolve, a compreensão varia de acordo com cada um. Mas o importante a relatar é que o bebê é capaz sim de nos compreender, ao seu modo, e cabe ao interlocutor, geralmente os pais, perceber o grau de compreensão da criança para realizar uma comunicação mais assertiva durante a contação de histórias.
A chave para a leitura para os bebês, independentemente da idade, está na intermediação entre o locutor e o ouvinte. Toda a riqueza proveniente do livro será recebida de acordo com a forma com que o adulto transmitir a história, com sua interação, e sua atenção aos detalhes e emoções que o texto deseja transmitir.
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